> NÃO foi uma onda de choque que destruiu os prédios de Beirute! #físicaemtudo

NÃO foi uma onda de choque que destruiu os prédios de Beirute! #físicaemtudo

     A explosão no Líbano ocorrida no dia 4 de agosto de 2020 surpreendeu e intrigou toda comunidade internacional. Um país que já estava instável político e economicamente viu seu mundo, literalmente, desabar após o incidente ocorrido no porto de sua capital, Beirute. Diversas edificações próximas ao epicentro foram completamente destruídas e outras ficaram extremamente danificadas devido ao grande raio de destruição deixado pela explosão. Mas o que fez com que grandes edificações, distantes quilômetros do porto de Beirute, fossem tão afetadas?

Formato da nuvem formada pela explosão no porto de beirute

Fonte: Reprodução/Youtube

    Iniciando por uma física mais básica, o que fez com que os prédios tivessem suas esquadrias arrebentadas pelo impacto foi a quantidade de energia que foi transferida através do ar. De forma muito simplória, as partículas de ar que estavam mais próximas da explosão ganharam grande parte da energia envolvida na reação química. Por se tratar de energia em partículas de ar, essa, por sua vez, é transmitida através de vibrações moleculares que faz com que essa energia seja distribuída cada vez mais longe, causando estrago em dimensões quilométricas!

    O físico alemão Albert Einstein relacionou matematicamente essa energia de explosão a uma propriedade que todos os corpos possuem, ou pelo menos sua maioria: a massa. A famosa equação E=m*c² diz, além de outras coisas, que a energia de uma explosão depende da massa do produto explosivo em questão. Não à toa, o estrago feito pelo Nitrato de Amônio foi produzido por milhares de toneladas do produto químico.

    Segundo um texto publicado na revista estadunidense "Wired", contudo, a nuvem da explosão do Nitrato de Amônio não pode ser chamada de "onda de choque", mas sim uma "onda de pressão". A diferença consiste simplesmente no tempo em que a pressão da explosão é distribuída para o meio. Numa onda de choque, o impacto dessa pressão é distribuído em praticamente 0 segundos! Um tempo curtíssimo e que causaria uma destruição muito maior do que a acontecida em Beirute. A onda de pressão, por sua vez, é distribuída mais "lentamente", causando impacto menor no meio, quando comparada a onda de choque. Para diferenciar ambas, basta analisar a velocidade e o tempo de propagação da nuvem que surgiu devido a explosão.

    Logo, uma onda de pressão foi a causadora do estrago e não uma onda de choque!

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