Todos sabemos que o Brasil não tem protagonismo algum diante de assuntos aeroespaciais. O sonho dos jovens que gostam desse tipo de aventura é trabalhar no famoso deparamento de Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, a NASA. Contudo, se pararmos pra pensar bem, o Brasil hoje ocupa o nono lugar no ranking das maiores economias e, em 2011, fomos a sexta maior potência econômica do mundo! Por que, então, o Brasil não lança foguetes?
Para que um foguete chegue em órbita, várias "etapas" são necessárias. Muito basicamente, Primeiro é preciso ter uma agencia para organizar tudo. Além disso, precisa-se de fábricas para a produção dos equipamentos aeroespaciais. Mas um foguete vazio não serve de muita coisa. É necessário também uma outra fábrica para a produção dos satélites que terão que ir à órbita. Nada disso funciona, contudo, sem mão de obra especializada, ou seja, engenheiros aeroespaciais, aeronáuticos, eletrônicos... e por aí vai. E, lógico, precisa-se de uma base de lançamento e muito dinheiro. Ocorre que, no Brasil, nós temos tudo isso e um pouco mais. Acredito que estamos de volta a mesma pergunta inicial: Por que, então, o Brasil não lança foguetes?
Os órgãos responsáveis por tudo que foi descrito acima são, respectivamente, a AEB, Agência Espacial Brasileira (sim, ela existe), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) junto com o Ministério da Defesa (MD), que são os "caras do dinheiro". Contudo, o Brasil não pode lançar foguetes por 2 motivos principais.
Sede da Agencia Espacial Brasileira em Brasília
Créditos: AEB
O primeiro diz respeito ao uso das tecnologias necessárias para tal. Apesar de toda essa estrutura brasileira, nós não temos tecnologias e patentes que sejam nacionais e nos dê autonomia de realizar nossas próprias missões espaciais. Praticamente toda a tecnologia para missões espaciais é de fora e advinda principalmente dos Estados Unidos. Sem permissão para o uso da tecnologia, não podemos lançar muita coisa pois é uma questão de "direito autoral"e que, na prática, faz total sentido. A falta de investimento em ciência e tecnologia é a principal causa dessa carência tecnológica e inviabiliza lançamentos ambiciosos pela AEB.
O Brasil possui uma das melhores bases de lançamento do mundo. O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é muito próximo a linha do equador, e isso diminui a quantidade de combustível , que é sólido, presentes nos foguetes podendo, assim , aumentar sua carga útil. Tendo isso em vista, em março de 2019, o governo brasileiro assinou o Acordo de Salvaguarda Tecnológico. Nesse acordo, empresas públicas e privadas do EUA, ou que utilizem tecnologia americana poderão utilizar o CLA e, em troca, pagarão pela utilização da nossa base. Infelizmente, o acordo não nos permite muita coisa além do aluguel do CLA, mas já é um começo.
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Lançamento de foguete de treinamento básico
Créditos: FAB
O segundo motivo pelo qual o Brasil não lança foguetes diz respeito ao Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (em inglês, MTCR). Pode ser que você não tenha se deparado, mas a diferença entre um míssil e um foguete é apenas o conteúdo. Na verdade, um míssil é um foguete com um material explosivo dentro. Os foguetes são apenas veículos de lançamentos que podem carregar muitas coisas, seja um satélite, seja uma ogiva nuclear. É baseado nesses conceitos que o Brasil faz parte do MTCR. O intuito do MTCR é a frenagem de armas com alto potencial destrutivo, a fim de prezar sempre pela paz entre as nações e diminuir as chances de uma possível destruição em massa.
Vale a pena sair do MTCR, que preza pela paz mundial, para lançar foguetes a fim de gerar lucros? Existe outra forma de o Brasil participar do mercado aeroespacial sem deixar o MTCR? discutiremos isso em breve...
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