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Explosão no Líbano e aspectos geopolíticos

    No dia 04 de agosto uma explosão ocorrida na região portuária da capital do Líbano, Beirute, devastou grande parte da cidade deixando desabrigados, feridos, desaparecidos e centenas de mortos. O país, já considerado antes como a "suíça" do oriente médio, devido suas condições de vida excepcionais registrou, no dia da explosão, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, um tremor correspondente a um terremoto de magnitude 3.3.
Imagem de satélite do Serviço Geológico dos Estados Unidos mostrando a intensidade da explosão.
Fonte: earthquake.usgs.gov

     A possível causa dessa explosão foi um incêndio, que ainda não se sabe como surgiu, que fez com que milhares de toneladas de Nitrato de Amônio (NH4NO3) explodissem catastroficamente formando uma nuvem "cogumelo" e devastando a capital. Com isso o Líbano, que já estava desgastado político e economicamente, está a beira de se tornar um Estado Falido. Mas como isso pôde acontecer tão rápido?
    
    O fato é que o Estado libanês já passou por diversos tipos de situação difícil. Entre 1975 e 1990, o país passou por uma longa guerra civil, que ocorreu logo depois do fim da administração Otomana na região e que envolveu extremistas religiosos (cristãos e muçulmanos), criação de milícias e até influência externa, sendo confrontado também pelo Estado de Israel, seu vizinho. Em 2005, seu primeiro-ministro foi assassinado, morto numa explosão no centro da capital do país. A indignação libanesa chegou ao extremo e perdura até os dias de hoje. 

    Tamanha instabilidade política reflete diretamente na economia de qualquer país. A moeda libanesa hoje tem cerca de 80% de desvalorização, a hiperinflação da economia encarece até os itens mais básicos, sejam alimentícios, sejam de higiene. O caos é tão grande que na segunda, 3, o primeiro ministro renunciou ao cargo, com notícias de uma economia que está há tempo estagnada e que não voltará a crescer logo.

    Tudo isso acontecia antes da explosão da terça feira. Com a devastação do principal porto do país o Líbano, que hoje é um Estado altamente importador, corre o risco de ficar sem suprimentos médicos e alimentícios. Não bastasse a história turbulenta, o país também enfrenta o coronavírus e, com a explosão de hospitais na capital, dificultará muito o dia a dia do povo libanês. 


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