> Crises e seu impacto na ciência no pós-pandemia da COVID-19

Crises e seu impacto na ciência no pós-pandemia da COVID-19

A pandemia do novo coronavírus enfrentada por todo o mundo não se trata somente de uma crise sanitária, mas de uma forte crise econômica e, infelizmente, em alguns países, crise política. O fato é que, obviamente, a crise sanitária é aquela que mais merece a atenção de todas as frentes da sociedade neste momento e nossa principal arma é o isolamento social, comprovadamente eficaz contra a propagação do vírus. Uma frase muito consistente e esclarecedora sobre crises é a do Presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, que falou que "Não é o isolamento social que derrubará a economia brasileira , mas sim o coronavírus". Ou seja, só de estar no Brasil, a COVID - 19 já trará muito dano a praticamente todos os setores, inclusive a ciência.

    A principal crise que a ciência poderá enfrentar é a econômica. Segundo a Revista Nature, nos Estados Unidos, maior financiador de pesquisa do mundo, os cientistas estão divididos: Parte deles acreditam que o COVID-19 trará sérias implicações na economia estadunidense e, com isso, as pesquisas terão de ser reduzidas para o gradativo controle fiscal do país. Por outro lado, existem aqueles que dizem que, muito pelo contrário, o coronavírus trará um "boost" - no português, "incremento" - para a ciência do país. O fato é que, até agora, o congresso dos Estados Unidos ainda não aprovou o "socorro" às instituições de ensino, no valor de 26 bilhões de dólares.

    Na contramão dos Estados Unidos, a Alemanha é um dos poucos países que já se posicionaram quanto aos investimentos em pesquisas. até 2030, o país pretende investir 18 bilhões de dólares no desenvolvimento científico do país. Além da Alemanha, a China - que recuperará sua economia de forma rápida - também continuará a fomentar a pesquisa no seu território. Contudo, diferentemente da Alemanha, é provável que o país volte parte do seu orçamento para estudos na área das ciências biológicas, tendo em vista que foi de lá que surgiu o primeiro caso de coronavírus do planeta.

Mas, e quanto ao Brasil? O último relatório do nosso PIB mostrou que a economia brasileira encolheu mais de 1,5% nos últimos 3 meses e a previsão do Ministério da Economia é de encolhimento na faixa de 4,7% até o fim do ano. Com uma economia ruim e de lenta recuperação, a crise econômica no Brasil poderá afetar diretamente no orçamento das nossas Universidades e Institutos Federais, que são as principais fontes de fomento, junto com a CAPES, de pesquisa e inovação tecnológica. Alguns cientistas brasileiros defendem que a crise sanitária decorrida do novo coronavírus sirva como colírio e faça os governantes enxergarem o poder do desenvolvimento científico na retomada da economia e na qualidade de vida dos brasileiros. Nos resta esperar, em casa, para que tudo passe logo e que em breve possamos iniciar gradualmente a nossa vida pós pandemia.

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